5 indicadores de desempenho na construção civil

A gestão de obras exige o controle sobre uma série de aspectos, como orçamento, cronograma, mão de obra e fornecedores. Gerenciar todos esses pontos é um desafio diário, que pode ser facilitado com o monitoramento de indicadores de desempenho na construção civil. Ou seja, métricas que revelam se a execução de processos e de serviços está compatível com o que foi planejado.

Essa análise ajuda a minimizar erros e perdas, pois facilita a adoção de medidas de correção, assim que identificada a falha. Por exemplo, se os custos ou os prazos estão aumentando acima do que seria tolerável, é possível agir para contornar a situação a tempo, sem comprometer as entregas previstas ou o orçamento estipulado.

O que são KPIs da construção civil?

A mensuração de resultados na construção civil é feita por meio da análise de Key Performance Indicators (KPIs), os indicadores-chaves de desempenho. A escolha dessas métricas depende do que se pretende avaliar, por isso, não existe um conjunto de KPIs que se aplica a todos os projetos; cada gestor vai identificar as análises que devem ser realizadas de acordo com as prioridades estabelecidas.

O importante é que os KPIs sejam padronizados. Para facilitar o controle, recomenda-se que os procedimentos de análise de cada indicador sejam formalizados, partindo dos seguintes critérios:

  • indicador;
  • objetivo da análise;
  • procedimento para coleta dos dados;
  • fórmula padrão do cálculo;
  • periodicidade;
  • responsáveis pela análise.

Definidas essas informações básicas, os KPIs passam a ser inseridos no processo, auxiliando gestores na tomada de decisões.

Quais são os principais KPIs da construção civil?

Entre os inúmeros indicadores usados na construção civil, há alguns que se destacam. Confira, na sequência, cinco métricas essenciais usadas para melhorar a gestão das obras.

1. Percentual de Planos Concluídos (PPC) 

Um dos principais indicadores de desempenho na construção civil é o Percentual de Planos Concluídos (PPC). Essa métrica avalia o cumprimento das metas de curto prazo, servindo não só para monitorar a execução do projeto, etapa a etapa, mas, também, para ajustar expectativas.

O cálculo do PPC depende de um bom planejamento das atividades que precisam ser executadas. Todas elas devem estar organizadas em etapas e frentes de trabalho, com previsão de execuções diárias. Dessa forma, é possível verificar, semanal ou quinzenalmente, se os planos estão sendo concluídos conforme o previsto.

Esse acompanhamento é feito por meio do seguinte cálculo padrão:

PPC = atividades realizadas / atividades programadas x 100

Por exemplo, uma semana em que estão previstas 50 atividades, das quais 35 foram realizadas, teria um PPC de 70%, conforme o cálculo:

PPC = 35 / 50 x 100

PPC = 70%

Em geral, espera-se que o PPC alcance um resultado de, no mínimo, 80%. Quanto mais próximo de 100%, mais alinhado o PPC estará ao planejamento. Entretanto, esses percentuais podem sofrer variações no decorrer da obra e é primordial que as causas que prejudicaram o desempenho sejam verificadas, registradas e analisadas.

2. Taxa de perdas

No decorrer da execução de uma obra, muitas situações podem levar a perdas, ou seja, ao desperdício de materiais, ao retrabalho e às horas improdutivas. Cada gestor tem de identificar quais são os parâmetros mais relevantes para controlar e minimizar potenciais prejuízos. Mas, independentemente da métrica a ser acompanhada, deve-se aplicar um cálculo padrão para monitorar o índice de perdas.

A fórmula abaixo, proposta por Roberto de Souza, no livro Sistema de gestão da qualidade para empresas construtoras, pode ser usada a fim de aferir qualquer indicador de perda.

Taxa de perdas = situação real – situação de referência / situação de referência x 100

O resultado da taxa de perdas será dado em valor percentual. Para um gestor de obras que deseja descobrir qual é a taxa de perdas decorrente de retrabalho por mês, o cálculo precisa considerar o tempo total de trabalho e o tempo dedicado ao retrabalho no período.

Nesse caso, a situação real será resultado das horas trabalhadas menos as horas de retrabalhado. Se, no mês, o total de horas trabalhadas totalizar 500 horas e, destas, 50 horas forem dedicadas ao retrabalhado, teremos o seguinte desempenho:

Taxa de perdas = situação real – situação de referência / situação de referência x 100

Taxa de perdas = (horas trabalhadas – horas de retrabalho) – horas trabalhadas / horas trabalhadas x 100

Taxa de perdas = (500 – 50) – 500 / 500 x 100

Taxa de perdas = -10%

O valor é dado em resultado negativo, que indica perda. O sinal positivo, quando aplicada a fórmula padrão, revela ganho.

3. Desvio de custo

O desvio de custo segue uma fórmula semelhante. Veja, abaixo.

Desvio de custo = custo real – custo orçado / custo orçado x 100

Por meio desse cálculo é fácil identificar qual foi o percentual excedido do valor inicialmente orçado. Imagine que uma obra tenha orçamento calculado em R$ 25 mil. Esse indicador pode ser verificado periodicamente, desse modo, é viável avaliar o percentual de gastos conforme a construção se desenvolve. Considerando que, ao final, o custo tenha chegado em R$ 27 mil, teremos o seguinte resultado:

Desvio de custo = 27.000 – 25.000 / 25.000 x 100

Desvio de custo = 8%

Ou seja, o orçamento ficou 8% acima do previsto.

4. Desvio de prazo

Seguindo a mesma lógica, conseguimos calcular desvios de prazo, utilizando o seguinte indicador:

Desvio de prazo = prazo planejado – prazo real / prazo total planejado x 100

Em um projeto planejado para ser concluído em 90 dias, mas que tenha sido entregue em 104 dias, o desvio de prazo seria de 15,55%. Confira o cálculo na íntegra:

Desvio de prazo = 90 – 104 / 90 x 100

Desvio de prazo = -15,55%

5. Taxa de acidente de trabalho

O percentual de acidentes é outro indicador fundamental, por estar relacionado às medidas de segurança. Ele pode revelar, por exemplo, que o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs), não está sendo observado com o rigor necessário. O indicador pode ser acompanhado por meio da seguinte fórmula:

Taxa de acidentes = número de acidentes / total de colaboradores ativos x 100

Assim, um projeto com uma equipe de 120 pessoas, sendo que, destas, 18 sofreram acidentes, teria uma taxa de 15% de acidentes de trabalho, como no exemplo a seguir.

Taxa de acidentes = 18 / 120 x 100

Taxa de acidentes = 15%

O acompanhamento sistemático dessas informações facilita a gestão dos projetos e tem potencial para melhorar o desempenho na construção civil, quando associado a um planejamento coerente e a planos de ação efetivos.

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